Integração SST de trabalhadores externos

Junho 27, 2025

A integração SST de trabalhadores externos nas organizações é um tema cada vez mais pertinente. A subcontratação é uma realidade presente nas empresas portuguesas. Prestadores de serviços, trabalhadores temporários e independentes passam a fazer parte do dia a dia de muitas organizações. No entanto, quando falamos de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), integrar estes profissionais de forma adequada continua a ser um dos maiores desafios — e uma das principais responsabilidades legais.

Neste artigo, explicamos por que razão é fundamental integrar trabalhadores externos na Gestão de SST, quais os benefícios, os desafios a ultrapassar e as melhores estratégias para o fazer com sucesso, segundo a legislação portuguesa e a norma ISO 45001.

O que diz a legislação portuguesa?

A Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, estabelece que sempre que existam atividades simultâneas ou sucessivas no mesmo local de trabalho, as empresas devem cooperar para garantir a segurança de todos os trabalhadores — internos ou externos.

A empresa adjudicatária ou utilizadora de serviços tem a obrigação de:

  • Informar os trabalhadores externos sobre os riscos do local e as medidas preventivas;
  • Coordenar a execução das atividades em segurança;
  • Assegurar que todos os envolvidos cumprem as normas de SST.

Em caso de acidente com um trabalhador externo, a empresa contratante pode ser responsabilizada, como já foi confirmado por decisões judiciais em Portugal.

E o que diz a norma ISO 45001?

A ISO 45001:2018, norma internacional para sistemas de gestão de SST, reforça este dever ao exigir que:

  • Trabalhadores externos sejam considerados partes interessadas relevantes;
  • A organização avalie os riscos introduzidos por terceiros e os controle;
  • Sejam definidos critérios de SST nos processos de compra e contratos com fornecedores e subcontratados.

Paralelismo entre legislação e ISO 45001 

Lei n.º 102/2009ISO 45001:2018Tema
Art. 16.º – Cooperação entre empregadores8.1.4.2 – Coordenação com subcontratadosGestão de SST em contexto de actividades subcontratadas
Art. 19.º – Informação ao trabalhador7.3 – ComunicaçãoComunicação de riscos e medidas preventivas
Art. 73ºB – Avaliação de riscos6.1.2.1 – Identificação de perigosAnálise e partilha de riscos no planeamento preventivo

Benefícios da integração SST de trabalhadores externos

Adotar uma abordagem preventiva e integrada traz múltiplas vantagens:

  • Redução de acidentes e falhas operacionais;
  • Cumprimento legal e normativo;
  • Melhor coordenação entre equipas internas e externas;
  • Fortalecimento da cultura de segurança;
  • Aumento da confiança junto de clientes e parceiros.

Desafios da integração SST de trabalhadores externos

Integrar trabalhadores externos nem sempre é fácil. Entre os principais desafios, destacam-se:

  • Diferentes níveis de cultura de segurança entre empresas;
  • Falta de comunicação eficaz;
  • Dificuldade em garantir formação adequada e vigilância da saúde;
  • Riscos indiretos não identificados na avaliação inicial.

Estratégias para uma integração eficaz

  • Planeamento e avaliação inicial: verificação documental, avaliação de riscos e integração no plano de segurança.
  • Onboarding SST: sessões de acolhimento com regras, riscos e procedimentos.
  • Cláusulas contratuais de SST: obrigar ao cumprimento legal, formação, vigilância médica e entrega de documentação.
  • Formação contínua e simulacros.
  • Monitorização e controlo: auditorias, KPI’s de conformidade e segurança.
  • Avaliação pós-serviço e melhoria contínua com base em dados reais.

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